Gesto

Talvez a boa alternativa não seja insistir na estreiteza de uma esfera pública de elites do discurso, mas cultivar a participação cívica dos gestos.

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Segundo Wittgenstein, manejamos cada palavra ou ideia como se fosse uma ferramenta ANA MARQUES MAIA
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Às vezes assistimos ao trabalho das mãos como a uma semente que germina em rebento, um ser a ganhar forma. É o gesto do pescador na sua faina, da tecelã no tear, do oleiro na roda, do carpinteiro no torno, da costureira na sua máquina de costurar. Do manuseio das belas ferramentas resultarem gestos firmes que contemplamos não é, porém, tudo. Cada manualidade adquirida como uma segunda natureza diz de si, mesmo sem dizer uma palavra. E é assim com outras manualidades, não laborais, as diferentes espécies de cuidados, cada rotina um gesto atento, uma maneira diferente de significar e ser linguagem.

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