Hospital de Ponta Delgada sem prazo para reabrir após incêndio

Cerca de duas centenas de internados foram transferidos para outras unidades hospitalares de São Miguel, incluindo para o hospital privado da CUF na ilha.

sao-miguel,ponta-delgada,saude,sociedade,acores,
Fotogaleria
Incêndio no Hospital de Ponta Delgada levou ao fecho temporário da maior unidade de saúde dos Açores EDUARDO COSTA / LUSA
sao-miguel,ponta-delgada,saude,sociedade,acores,
Fotogaleria
Incêndio no Hospital de Ponta Delgada levou ao fecho temporário da maior unidade de saúde dos Açores EDUARDO COSTA / LUSA
sao-miguel,ponta-delgada,saude,sociedade,acores,
Fotogaleria
Incêndio no Hospital de Ponta Delgada levou ao fecho temporário da maior unidade de saúde dos Açores EDUARDO COSTA / LUSA
Ouça este artigo
00:00
02:58

Um incêndio no maior hospital dos Açores obrigou à transferência de todos os doentes para outras unidades da ilha de São Miguel. O Hospital Divino Espírito Santo (HDES) vai ficar encerrado nos próximos tempos e os centros de saúde vão ter serviço de urgência durante 24 horas.

A transferência de doentes ocorreu ao longo deste dia de sábado, com os pacientes a serem transportados para centros de saúde, clínicas e para o outro hospital da ilha, o Hospital da CUF, privado, na cidade vizinha da Lagoa. O HDES não revelou o número de doentes transferidos, até porque muitos tiveram alta hospitalar. Estima-se, contudo, que o número de evacuados esteja à volta das duas centenas de pessoas. Recorde-se que aquele hospital tem uma lotação de 449 camas, distribuídas pelos serviços de internamento médicos e cirúrgicos.

“Todos os doentes foram evacuados em tempo recorde graças a toda a solidariedade que tivemos”, afirmou a presidente do hospital, Manuela Gomes de Menezes, em declarações aos jornalistas, rejeitando fazer previsões para a reabertura. “Ainda estamos a fazer uma inspecção. Ainda temos de chegar à zona mesmo crítica de foco do incêndio para depois termos uma noção do tempo, se são dias ou semanas”.

Com o único hospital público da maior ilha açoriana encerrado, o Governo dos Açores (que admitiu a hipótese de fretar um avião para transferir doentes de São Miguel para outras ilhas) abriu as unidades de urgência dos centros de saúde durante 24 horas. Foram igualmente transferidos vários equipamentos provenientes do HDES para os centros de saúde (existem seis na ilha, um em cada concelho).

O executivo açoriano apelou para que as situações mais graves sejam encaminhadas para as urgências da CUF, que vai receber um reforço de elementos do Hospital de Ponta Delgada, segundo um plano que foi elaborado entre as duas administrações hospitalares. Também os partos vão ser realizados naquele que é o único hospital privado do arquipélago e que abriu portas em 2021.

A Protecção Civil açoriana levou geradores para o Hospital de Ponta Delgada para tentar restabelecer a energia assim que possível, uma situação que só deverá ser viável nos próximos “quatro a cinco dias”, segundo a secretária regional da Saúde, Mónica Seidi. A preocupação, disse, é "garantir a segurança dos doentes que estão no hospital e também da população da ilha de São Miguel, que neste fim-de-semana está muito acima do normal". Decorrem por estes dias as festas do Santo Cristo dos Milagres, a maior festa religiosa do arquipélago e uma das maiores do país.

O incêndio, ao que tudo indica, terá tido origem num quadro eléctrico e o alerta foi dado pelas 9h15 locais (10h15 no continente português). “Verificámos ao longo do dia que o incêndio, apesar de circunscrito, ganhou intensidade”, explicou aos jornalistas Rui Andrade, do serviço de Protecção Civil dos Açores.

Estiveram mobilizados 104 bombeiros, 18 carros de combate a incêndios e 26 ambulâncias. Nove bombeiros apresentaram ferimentos ligeiros. O incêndio foi considerado extinto pelas 16h11 locais.

Sugerir correcção
Comentar